O que falta para as marcas se comunicarem com a GenZ de forma genuína?

No Brasil, cerca de 51 milhões de pessoas fazem parte da Geração Z, que engloba de 13 a 27 anos. O número já demonstra a importância das marcas conseguirem se comunicar de forma adequada com esse público. Para isso, devem entender que ao criar um produto ou serviço voltado a GenZ, esse grupo precisa fazer parte da tomada de decisão, influenciando nas estratégias.

Luiz Menezes, fundador da Trope, consultoria de geração Z, explica que cada vez mais as marcas estão passando pelo processo de rejuvenescimento, na tentativa de garantir mais assertividade. No entanto, ele alerta que a GenZ já não é tão nova quanto muitos imaginam, pois os mais velhos estão com 27 anos, e mesmo a parcela mais nova do grupo, que ainda não paga as contas de fato, influencia no comportamento de compra.

Segundo Menezes, essas pessoas mais novas que estão nos times de comunicação, por exemplo, ainda não possuem tanta bagagem de mercado e visão de negócios, mas têm visão de consumidor. “Os mais jovens fazem parte da GenZ e escolhem se vão comprar ou não um produto. Então é como se a opinião deles tivesse peso dois, pois escolhem e influenciam alguém. Invalidar a GenZ é desconsiderar a visão de todo um público-alvo consumidor”, diz.

Diante deste cenário, o especialista afirma que as audiências precisam se fragmentar, pois não é mais aceitável que algumas marcas generalizem hábitos de comportamento de milhões de pessoas. A população brasileira vive em contextos socioeconômicos e educacionais distintos. A faixa etária e geracional é apenas um dos filtros e recortes demográficos, existem outros: gênero, idade, educação, profissão, ocupação, nível de renda familiar e estado civil. E além disso, o mais relevante: considerar a comunidade que esse recorte está inserido, e quais valores e princípios compartilham entre si.

Menezes destaca que esses filtros impactam a assertividade ou não do produto e da estratégia de comunicação. “Tenho percebido que a Geração Z está sendo dividida em dois grupos. A Late GenZ, que é a galera de 18-27 anos, e a Young GenZ, os de 13-17 anos. Os mais velhos possuem referências e vivências diferentes dos nativos digitais, ou seja, isso só reforça que as marcas precisam enxergar que a GenZ não é uma coisa só ou uma persona única que pensa e age de maneira igual. É importante ter em mente que existem várias Gerações Z”, ressalta.

Neste sentido, alguns fatores costumam ser levados em consideração pela Geração Z quando decide se fidelizar a alguma marca. Transparência de valores e demonstração de pertencimento sem se autoafirmar, são vistos como essenciais, assim como cometer um erro, assumir e consertar. Marcas como Guaraná Antarctica, Bubbaloo, TikTok, Coca-Cola com Coke Studios e Coca-Cola Creations constroem uma conversa genuína com a Geração Z justamente por isso.

No entanto, Luiz acredita que ainda existe um caminho longo a ser percorrido para que grande parte das marcas consiga de fato se comunicar da maneira ideal com a Geração Z. “Algum plano precisa acontecer para que a GenZ esteja verdadeiramente presente nas mesas de tomada de decisão. Muitas empresas possuem abertura nesse sentido, o que é uma evolução, mas ainda falta, para além dos estagiários ou jovens aprendizes. É fundamental que as marcas entendam que a Geração Z já tem uma voz, mas que precisa urgentemente ser ouvida”, finaliza.


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